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Você conhece a Jamaica brasileira?


“mais um dia se levanta na Jamaica brasileira” Esse verso cantado pela banda tribo de Jah que faz referência ao estado do Maranhão me veio muito a cabeça nesse pedaço da viagem. Esse povo realmente escuta muito reague, e no carnaval era muito comum se intercalar marchinhas com os blocos e nos intervalos um reague.

Seguimos nossa pedalada e após os mais de 500 km de Transamazônica e o percurso de trem entre Marabá-PA e São Luís-MA.

Chegando a São Luís, muitas belezas naturais como eu previa. O que eu não esperava é que encontraria um povo tão acolhedor e simpático ao projeto Desbikelando.

Conseguimos estadias free, desfrutamos de uma culinária intensa e diferente. Tudo muito atrativo para passar um belo carnaval longe de casa.

Carnaval, aliás, que preserva ainda muitos costumes e tradições da cultura afro-brasileira.

A primeira “casa” a nos acolher foi a igreja Batista da Vila Nova e depois, nos mudamos para o centro da cidade, na rua do Passeio, bem próximo ao lindo centro histórico.

Os tradicionais blocos de carnaval passavam bem em frente à casa dos estudantes secundaristas de São Luís, local que nos abrigou por mais de uma semana.

Aqui no Maranhão descobri que não se vira a esquina, e sim, se “droba” o canto. Tomei muito caldo de ovo como café da manhã, e mesmo próximo da quente linha do Equador tomei muito caldo quente.

O Maranhão ocupa o ranking de idh's na parte de baixo da tabela entre os estados brasileiros. Temos muitos problemas principalmente no quesito saneamento básico. E ao mesmo tempo temos na história desse lindo estado uma política exercida muito tempo por um só grupo no poder. Será que a família Sarney tem vergonha disso? Me pergunto se políticos tem vergonha dessas coisas. Acho que não, porque ele ainda figura na ativa da politicagem brasileira e sempre com seu nome vinculado a alguns escandalos. Brasil! Cade nossa consciência política?

Mas como o objetivo do projeto não é passear, se inconformar ou conhecer locais bonitos, fomos até a escola Carlos Saads, no bairro Mauro Fecuri, área mais periférica de São Luís.

E como estávamos no período de carnaval, realizamos nessa escola três dias de atividades para a promoção de um carnaval ambiental. Confeccionamos fantasias, criamos uma música, escolhemos mestre sala e porta bandeira e realizamos um desfile com ajuda da fanfarra da escola. Foi um sucesso! Com o envolvimento da escola junto ao projeto conseguimos realizar um desfile de gala para trabalhar educação ambiental junto aos alunos.

Na segunda-feira de carnaval iniciamos as pedaladas rumo a cidade de Rosário. Para um pós-carnaval conseguimos uma boa média e pedalamos 74km.

Conhecemos o Agnaldo, cantor do bloco carnavalesco dos Traíras que nos cedeu o local onde eram confeccionadas os abadás do bloco. No dia seguinte pedalamos mais 31 km até a cidade de Morros com muitas dificuldades mecânicas nas bikes; e entendi que o solo arenoso das dunas e dos famosos Lençóis Maranhenses que se aproximavam, não combinam muito com as bicicletas.

Mas mesmo o dia de pedalada não rendendo muito conseguimos chegar em Morros e dormimos junto aos vendedores de redes que haviam chegado de Caicó-RN e um amigo que nos prometeu uma carona salvadora quando nos encontrasse na estrada, se tivesse espaço vazio na baú de seu caminhão, nos levando para a famosa cidade de Barreirinhas. Cidade que abriga grande parcela dos Lençóis Maranhenses. Conseguimos! Ele nos encontrou na estrada após suas entregas e nos deu uma carona salvadora.

Essa carona contribuiu muito para o projeto, pois chegamos à cidade na quarta de cinzas. Se essa carona não tivesse ocorrido chegaríamos somente na sexta-feira. Isso nos impediria de ter contato com as escolas que só funcionariam na segunda-feira.

Assim, na quinta-feira pós-carnaval conseguimos contato com a Secretaria de Educação e já começamos a semana trabalhando em mais uma escola para levar o debate ambiental à tona em um nível mais alto para os brasileiros. Assim, seguimos pedalando por um Brasil com mais consciência ambiental. E você o que fez por um meio ambiente melhor hoje?


O pessoal do PIBID da UECE que nos ajudou nas oficinas de criação de músicas e poesias nas escolas João Mattos e Diva Cabral

Em Paulino Neves-MA um exemplo de que o tempo passa bem devagar.

Crianças que brincam nas ruas sem celulares.

Casa na Beira da Transamazônica (BR-230) que nos abrigou. Outro exemplo de tempo que passa lentamente.

Criança Brincando de cavalo de pau na rua.

Casa na beira da estrada entre o Maranhão e o Piauí em que pedimos água e ganhamos dois livros. 

Pausa para a foto na escola Diva Cabral.

Lagoinha-MA. Crianças brincando sem gastar as vidas virtuais e sem pressa.

Bate-bola de fim de tarde em Tutóia-Ma. Aqui o tempo passa bem lento.

O Sossego mora aqui em Paulino Neves-Ma

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